Amazônia
É
o maior bioma do Brasil, ocupando 300 milhões de ha. Abrange os estados do
Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte dos estados do
Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. É a maior floresta tropical do mundo,
apresentando uma grande diversidade de fauna e flora. Está sob a influência de
altas temperaturas e altas precipitações. Possui vários ecossistemas, tais
como: matas de terra firme, florestas inundadas (permanente e temporariamente),
várzeas, campos abertos e cerrados. A floresta abriga 2.500 espécies de árvores
(um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil espécies de
plantas que existem em toda a América Latina. Desta forma, o uso dos recursos
florestais pode ser estratégico para o desenvolvimento da região. As
estimativas de estoque indicam um valor não inferior a 60 bilhões de metros
cúbicos de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região como
detentora da maior reserva de madeira tropical do mundo. A Amazônia é, também,
a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil. O setor florestal
contribuiu com 15% a 20% dos Produtos Interno Bruto (PIB) dos estados do Pará,
Mato Grosso e Rondônia. (WWF).
Mais
do que uma floresta, a Amazônia é também o mundo das águas onde os cursos
d’água se comunicam e sazonalmente sofrem a ação das marés. A bacia amazônica, a
maior bacia hidrográfica do mundo com 1.100 afluentes, cobre uma extensão
aproximada de 6 milhões de km2. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região
para desaguar no Oceano Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de
175 milhões de litros de água. A Amazônia é, de fato, uma região vasta e rica
em recursos naturais: tem grandes estoques de madeira, borracha, castanha,
peixe, minérios e outros, com baixa densidade demográfica (2 habitantes por km2)
e crescente urbanização. Sua riqueza cultural inclui o conhecimento tradicional
sobre os usos e a forma de explorar esses recursos sem esgotá-los nem destruir
o habitat natural. No entanto, a região apresenta índices sócio-econômicos muito
baixos, enfrenta obstáculos geográficos e de falta de infra-estrutura e de
tecnologia que elevam o custo da exploração. (WWF).
Caatinga
A
Caatinga é um mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonalmente secas que
cobre a maior parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e a parte nordeste de Minas Gerais, no vale
do Jequitinhonha. Estendendo-se por cerca de 735.000km2 (MMA), a Caatinga é
limitada a leste e a oeste pelas florestas Atlântica e Amazônica, respectivamente,
e ao sul pelo Cerrado. Geomorfologicamente, a Caatinga é localizada nas
depressões interplanálticas (300 - 500m), expostas a partir de sedimentos do
Cretáceo ou Terciário que cobriam o escudo brasileiro basal do Pré-Cambriano (AB’SABER,
1977). A maioria das chuvas na Caatinga (50-70%) são concentradas em três meses
consecutivos, apesar da alta variação anual e dos longos períodos de seca serem
freqüentes. A Caatinga é também caracterizada por um sistema de chuvas
extremamente irregular de ano para ano, o que resulta em secas severas
periódicas. Essas secas tornam a vida na Caatinga difícil para o sertanejo e
determinam mudanças adaptativas na biota da região. (LEAL et al., 2005).
O
termo “caatinga” é de origem Tupi e significa “mata branca”, referindo-se ao
aspecto da vegetação durante a estação seca, quando a maioria das árvores perde
as folhas e os troncos esbranquiçados e brilhantes dominam a paisagem (PRADO,
2003). Essas características são particularmente comuns em espécies dos gêneros
Tabebuia (Bignoniaceae), Cavallinesia (Bombacaceae), Schinopsis e Myracrodruon (Anacardiaceae) e Aspidosperma
(Apocynaceae), Nos tempos atuais, a caatinga arbórea é rara, esparsa e
fragmentada (PRADO, 2003). A paisagem é dominada por uma vegetação arbustiva,
ramificada e espinhosa, com muitas euforbiáceas, bromeliáceas e cactáceas.
Existem muitos gêneros endêmicos de cactáceas, como Leocereus, Tacinga e Zehntnerella. Outros gêneros comuns da caatinga
atual são Bromelia (Bromeliaceae), Pilosocereus (Cactaceae), Caesalpinia (Caesalpiniaceae,
Leguminosae), Aspidosperma
(Apocynaceae), Mimosa (Mimosaceae, Leguminosae)
e Caliandra (Fabaceae, Leguminosae).
(LEAL et al., 2005).
Campos Sulinos
Denominados
“pampas”, os campos sulinos ocorrem no sul do estado do Rio Grande do Sul,
atingindo o Uruguai e a Argentina. Possui grande diversidade de fauna e flora –
são encontradas espécies de cactos, bromélias e orquídeas endêmicas.
Entre
o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os Campos formados por gramíneas e
leguminosas nativas se estendem como um tapete verde por uma região de mais de
200 mil km2. Nas encostas, esses campos tornam-se mais densos e ricos. Nessa
região, com muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo
ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. Tais
condições climáticas favorecem o crescimento de árvores (WWF).
Descendo
ao litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem é marcada pelos banhados, isto é,
ecossistemas alagados com densa vegetação de juncos, gravatás e aguapés que
criam um habitat ideal para uma grande variedade de animais como garças,
marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras. O banhado do Taim é o
mais importante, devido à riqueza do solo. Tentativas extravagantes de drená-lo
para uso agrícola foram definitivamente abandonadas a partir de 1979, quando a
área transformou-se em estação ecológica. Mesmo assim, a ação de caçadores e o
bombeamento das águas pelos fazendeiros das redondezas continuam a ameaçar o
local (WWF).
Cerrado
O
Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, sendo superado em área apenas pela
Amazônia. Ocupa 21% do território nacional e é considerado a última fronteira
agrícola do planeta. O termo Cerrado é comumente utilizado para designar o
conjunto de ecossistemas (savanas, matas, campos e matas de galeria) que
ocorrem no Brasil Central. O clima dessa região é estacional, onde um período
chuvoso, que dura de outubro a março, é seguido por um período seco, de abril a
setembro. A precipitação média anual é de 1.500mm e as temperaturas são
geralmente amenas ao longo do ano. Os remanescentes de Cerrado que existem nos
dias de hoje desenvolveram-se sobre solos muito antigos, intemperizados,
ácidos, depauperados de nutrientes. A pobreza dos solos não se constituiu em
obstáculo para a ocupação de grandes extensões de terra pela agricultura
moderna, especialmente a cultura da soja, um dos principais itens da pauta de
exportações do Brasil, e as pastagens plantadas. (KLINK et al, 2005).
Cerca
de metade dos 2 milhões de km² originais do Cerrado foram transformados em
pastagens plantadas, culturas anuais e outros tipos de uso. As pastagens
plantadas com gramíneas cobrem atualmente uma área de 500.000km. Monoculturas
são cultivadas em outros 100.000km², principalmente a soja. A área total para
conservação é de cerca de 33.000km², claramente insuficiente quando comparada
com os principais usos da terra no Cerrado. (KLINK et al, 2005).
A
biodiversidade do Cerrado é elevada, porém geralmente menosprezada. O número de
plantas vasculares é superior àquele encontrado na maioria das regiões do
mundo: plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas e cipós somam mais de 7.000
espécies (Mendonça et al., 1998). Quarenta e quatro por cento da flora é
endêmica e, nesse sentido, o Cerrado é a mais diversificada savana tropical do
mundo. Existe uma grande diversidade de habitats e alternância de espécies. Por
exemplo, um inventário florístico revelou que das 914 espécies de árvores e
arbustos registradas em 315 localidades de Cerrado, somente 300 espécies
ocorrem em mais do que oito localidades, e 614 espécies foram encontradas em
apenas uma localidade. (KLINK et al, 2005).
Costeiros
É
formado por um mosaico de ecossistemas costeiros, incluindo mangues, marismas,
mares estuários, ilhas, restingas, dunas, praias, falésias, costões rochosos e
recifes de corais, baias e brejos. Possui uma enorme riqueza de espécies devido
à variação de ambientes, porém algumas espécies de fauna e flora são
semelhantes as da Mata Atlântica.
Os
manguezais estão em áreas de transição entre o ambiente terrestre e o marinho.
São comuns em estuários (lugares onde rios encontram o mar), enseadas e em
lagunas de água salgada. Eles estão presentes em cerca de 30% da costa
brasileira. O solo dos manguezais é lodoso, negro e profundo e fica
constantemente inundado. Nele está uma rica camada de matéria orgânica, que é
decomposta por micro-organismos e, assim, pode voltar ao meio na forma de
nutrientes. Uma vegetação densa e intrincada caracteriza os manguezais.
Normalmente são árvores de raízes aéreas, isto é, que se desenvolvem a partir
do caule. No caso das árvores dos manguezais, são do tipo respiratórias, pois
possuem pequenos furinhos (pneumatódios) que permitem a aeração. Em geral, a
vegetação é denominada Mangue e inclui os tipos vermelhos, brancos, botões e
siriúbas. Também podem ser vistas algas, liquens, orquídeas, bromélias e
samambaias no mangue. Como é um ambiente inundado, o manguezal é morada de
muitos peixes, moluscos e crustáceos. São sardinhas, garoupas e tainhas.
Mariscos e ostras. O ambiente funciona como berçário. Lá algumas espécies
nascem e permanecem até a fase adulta.
Em galerias escavadas no solo, escondem-se os caranguejos durante a maré
baixa. Quando a maré está alta, esses habitantes dos manguezais sobem nos
troncos e nas árvores. Aves marinhas também fazem parte deste ecossistema: se
você for a um manguezal pode ver garças e colhereiros. E também pode se deparar
com alguns mamíferos que lá buscam refúgio, como as lontras e o mão-pelada.
Costões
rochosos são ambientes costeiros que, como o próprio nome diz, estão
localizados em rochas a beira mar. Eles existem por quase todo o litoral
brasileiro: do Maranhão ao Rio Grande do Sul. São mais comuns em regiões onde
existem serras próximas ao mar. Fazem parte destes ecossistemas falésias e
matacões, que são fragmentos de rocha em formado esférico. A maior parte dos
organismos encontrados num costão rochoso está relacionada ao mar. Esses seres
utilizam os costões para fixação ou locomoção. Fazem parte da fauna deste
ecossistema esponjas do mar, anêmonas, caranguejos, camarões e ouriços. Nos
costões rochosos aparecem inúmeras algas. Algas azuis, verdes, vermelhas e
pardas caracterizam este ambiente.
As
dunas são elevações formadas pelo acúmulo de areia transportada pelo vento.
Elas aparecem em áreas com grandes faixas de areia seca. À medida que vai
crescendo, a duna se torna um obstáculo maior para o próprio vento e vai assim
vai recebendo e acumulando mais areia. Fauna e flora são escassas nas dunas.
Poucos animais estão adaptados à vida neste ambiente condicionado pelo vento.
Entre eles estão alguns insetos e o tuco-tuco, roedor que escava a areia. Quanto à vegetação, são comuns gramíneas e
plantas rasteiras, como o cipó-de-flores. Estas plantas têm um papel importante
na fixação das dunas: suas raízes muitas vezes impedem que a areia seja levada
pelo vento. São conjuntos de dunas e areais. A vegetação é então semelhante à
das dunas: baixa e rasteira. Mas, sendo um ecossistema maior, a restinga guarda
mais espécies que a duna. Entre a vegetação são comuns araçás-da-praia,
sumarés, açucenas, bromélias, orquídeas e sepetibas. A fauna é formada
principalmente por caranguejos, viúvas-negras, baratas, sabiás, corujas e
pererecas. Mas o espaço também é utilizado por outros animais: aves migratórias
o maçarico e o gaivotão utilizam as restingas para descansar, assim como alguns
mamíferos, como o elefante marinho e o lobo marinho. Tartarugas marinhas
utilizam a área para reprodução e desova.
Mata Atlântica
A
Mata Atlântica é distribuída em milhares de fragmentos, os remanescentes de
vegetação nativa e ainda guardam altos índices de biodiversidade de fauna e
flora e prestam inestimáveis serviços ambientais de proteção de mananciais
hídricos, de contenção de encostas e de regulação do clima, que beneficiam
diferentemente um contingente de aproximadamente 120 milhões de brasileiros.
(MMA). Ela é composta por um conjunto de ecossistemas, que incluem as faixas
litorâneas do Atlântico, com seus manguezais e restingas, florestas de baixada
e de encosta da Serra do Mar, florestas interioranas, as matas de araucárias e
os campos de altitude. Sua região de ocorrência original abrangia integralmente
ou parcialmente atuais 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito
Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Atualmente ocupa uma área de 111 milhões de ha, e ocorre na zona de maior
concentração populacional: 70% da população e do PIB do Brasil. A qualidade de
vida destes quase 70% da população depende da preservação dos remanescentes, os
quais mantêm nascentes e fontes, regulando o fluxo dos mananciais d’água que
abastecem as cidades e comunidades do interior, ajudam a regular o clima, a
temperatura, a umidade, as chuvas, asseguram a fertilidade do solo e protegem
escarpas e encostas dos morros. Mesmo reduzida e fragmentada, a Mata Atlântica
ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas, das quais 8 mil são endêmicas.
Comparada a floresta Amazônica, a Mata Atlântica apresenta, proporcionalmente,
maior diversidade biológica. Estima-se que no bioma existam 1,6 milhões de
espécies de animais, incluindo os insetos. Contudo, é o ecossistema mais
ameaçado do Brasil e o 5º mais rico e mais ameaçado do mundo.
Pantanal
O
bioma Pantanal é caracterizado por inundações de longa duração (devido ao solo
pouco permeável) que ocorrem anualmente na planície, e provocam alterações no
ambiente, na vida silvestre e no cotidiano da população local. A vegetação
predominante é a Savana. Ocorre no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, e é um
bioma praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena parte adentra
outros países (Paraguai e Bolívia). Sua extensão aproximada é de 150.355 km².
(MMA).
A
água que nasce nas partes altas corre para baixo, para a planície inundável,
carreando o que estiver pelo caminho. É o pulso das águas que dita o ritmo da
vida, dinâmico, complexo e delicado. (WWF).
O
Pantanal possui uma rica biodiversidade. É o berço 4.700 espécies entre animais
e plantas. Entre as espécies levantadas estão 3.500 plantas (árvores e
vegetações aquáticas e terrestres), 325
peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos.
Infelizmente,
a invasão do território Pantanal em busca de mais terras para a agricultura e a
pecuária tem provocado sérios problemas para esse bioma. Além de contaminar o
ambiente com o uso excessivo de agrotóxicos, a lavoura e a pecuária intensivas
provocam a erosão do solo, o que tem como resultado imediato o assoreamento dos
rios, alterando toda a dinâmica das águas. Também causam grande impacto a
construção de hidrelétricas, o turismo desorganizado, garimpo, o tráfico de animais silvestres e a
caça e a pesca predatórias.
Fonte: jaguarinpantanal.com
As referências são as mesmas dos Biomas Terrestres
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